terça-feira, 1 de fevereiro de 2011


Ontem voltei de viajem assim que sai da rodoviária Novo Rio me deparei com a realidade do rio de janeiro em um domingo a noite, muitos casais brincado, famílias voltando de viajem ou indo viajar, é assim que a maioria das pessoas enxergam nossa cidade, mas o que passa despercebido é o mais preocupante, famílias vivendo nas ruas sem um teto , crianças, jovens, idosos, adultos, sem rumo na vida sem nada, sem ter o que comer, sem ter o que vestir, sem ter o que fazer pra melhorar sua situação, embarquei no ônibus pra chegar no meu bairro, pra voltar para minha casa estava com fome mas tinha acabado de beber um refrigerante e metade de um pacote de biscoito a outra metade guardei na mochila e com certeza iria pro lixo, o motorista parou o ônibus pra descer um passageiro e entrou um jovem morador de rua que devia ter uns 17 anos não passava disso , ele estava sujo vestindo apenas uns trapos velhos, sem chinelo e parecia estar alucinado, sob efeito de algum tipo de droga. Ele sentou um pouco a frente de nós do lado esquerdo do ônibus ficou lá olhando pra nós como se fosse nos roubar eu senti medo só de ver que ele estava olhando em minha direção e isso foi o mais triste pra mim, mesmo sem querer eu senti medo de uma criança como eu, um jovem que aparentava ter a minha idade ou um pouco mais e eu sabia que se ele tentasse algo, como por exemplo nos roubar, todos os passageiros iam se juntar e bater nele provavelmente até a morte, nesse momento eu já não sabia se estava com mais medo dele ou do que fariam com ele.
Ele se levantou e veio andando depressa em nossa direção e sentou um banco a nossa frente eu gelei e comecei a tremer dos pés a cabeça, ele virou-se e e perguntou se tinha-mos 1 real pra dar a ele , meu namorado negou e disse que estávamos voltando de viajem e não tinha-mos nada ali, ele perguntou se agente tinha biscoito pra dar a ele, meu namorado deu o resto do biscoito que ia pro lixo e ele comeu com tanta vontade que me impressionou, ele voltou pro seu lugar um pouco distante de nós e continuou nos observando e eu pensei, será que ele quer nos roubar mesmo, ou será que ele fica dali imaginando como seria a vida dele se ele não morasse na rua, se ele tivesse roupas bonitinhas, dinheiro para lanchar a hora que quisesse e uma namoradinha do lado , aquilo foi me deixando triste e com pena daquele menino .
minutos depois ele começou a discutir com um homem bêbado, que o xingava e falava dele como se ele fosse o culpado por estar ali, por ser o que ele era, aquilo foi tão horrível mas foi ali que eu vi que ainda tem esperança, o homem bêbado falou você é vagabundo, fica pedindo esmola para os outros e o menino respondeu com a cabeça em pé , Graças a Deus eu peço esmola melhor que roubar e desceu do ônibus aquilo me tocou tanto que decidi criar esse texto e compartilhar com as pessoas que ainda tem jeito que nem tudo está perdido que se quisermos podemos mudar isso, não estou dizendo que é fácil, estou dizendo que é POSSÍVEL !